segunda-feira, 9 de junho de 2014

Jack Ryan: Shadow Recruit - Review

Como fã incondicional de Tom Clancy e por achar desnecessário cita-lo, eu não mencionarei o falecido autor para comentar Jack Ryan: Shadow Recruit e apenas analiserei o filme citando exemplos em seu próprio gênero.

Sem chegar aos pés de Jason Bourne, e mesclando elementos simples de filmes de espionagem diversos com técnicas interessantes de filmes de ação, Jack Ryan: Shadow Recruit tem boas intenções. Porém, apesar dos acertos, o filme rodepeia em alguns quesitos que podem tirar o espectador do filme.
Estrelado por Chris Pine, Kevin Costner, Keira Knightley e por Kenneth Branagh, que também dirige o longa, as resoluções da estória talvez sejam os erros mais crueis do filme. Após os atentados de 11 de Setembro, Jack Ryan - até então um estudante americano cursando universidade no Reino Unido - fica indignado e decide virar fuzileiro do exército dos EUA, mas então sofre um grave acidente que quase deixa-o paraplégico. Durante a recuperação, Jack Ryan é recrutado pelo personagem de Kevin Costner a virar analista da CIA. Após dez anos, Ryan descobre algumas informações que levam a história para frente abruptamente, e a partir daí, o analista vira agente secreto.
O grande problema do filme é que a história tropeça nos próprios cadarços. O vilão russo interpretado por Kenneth Branagh não chega a deixar muito claro se seu personagem é uma paródia aos tipicos vilões russos de filmes de espionagem e nem chega a convencer como vilão sério. E a seriedade perde o rumo totalmente quando, ao final do filme, Kenneth Branagh decide por largar a resolução final da trama após algumas trocas de socos e ponta-pés, deixando Jack Ryan simplesmente sair de cena e a policia prende-lo. O próprio plano do vilão interpretado por Branagh é muito simplista e infantil quando o mesmo revela que pretende explodir grande parte de Wall Street. Tal plano deixa o roteiro parecer preguiçoso e amador equiparando-se à filmes B de espionagem.
O elenco todo parece perfeito com um pequeno ressalvo à Keira Knightley. A personagem da atriz britanica é interessante, a mesma participa ativamente do plano de Ryan e faz muito bem o papel de namorada intrometida e mocinha da trama. O que é possível reparar de negativamente em Keith, ou melhor, na própria Keira Knightley, são tiques nervosos e trejeitos viciosos que a própria atriz parece ter adquirido durante os anos de profissão e agora não consegue mais abste-los. Repare nisso quando for assistir Orgulho e Proconceito (2007).
Por fim, a conclusão que podemos tirar do longa é que apesar de bem intencionado, não chega a ser mais que isso. Foi posto à prova vários elementos famosos – desde computação escrachada à elipses deslocados – e também várias referencias de filmes do mesmo gênero. Chama atenção em algumas cenas de ação, mas não consegue se conter em nenhum quando se trata de resolução e/ou consequencia de cena – vide a parte já citada em que Ryan simplesmente sai andando após dar uma porrada no vilão russo.
O filme deixa o gosto de uma possível continuação e é de se esperar que ela venha mesmo, talvez agora com um roteiro mais maduro e uma direção que não tente ser datar o filme com brigas nacionalistas porque vamos combinar que isso é coisa dos anos 80 e nem James Bond faz mais isso.

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