Como fã incondicional de Tom Clancy e por achar desnecessário cita-lo, eu não mencionarei o falecido autor para comentar Jack Ryan: Shadow Recruit e apenas analiserei o filme citando exemplos em seu próprio gênero.
Sem chegar aos pés de Jason Bourne, e mesclando elementos simples
de filmes de espionagem diversos com técnicas interessantes de
filmes de ação, Jack Ryan: Shadow Recruit tem boas intenções.
Porém, apesar dos acertos, o filme rodepeia em alguns quesitos que
podem tirar o espectador do filme.
Estrelado por Chris Pine, Kevin
Costner, Keira Knightley e por Kenneth Branagh, que também dirige o
longa, as resoluções da estória talvez sejam os erros mais crueis do
filme. Após os atentados de 11 de Setembro, Jack Ryan - até então um
estudante americano cursando universidade no Reino Unido - fica
indignado e decide virar fuzileiro do exército dos EUA, mas então
sofre um grave acidente que quase deixa-o paraplégico. Durante a
recuperação, Jack Ryan é recrutado pelo personagem de Kevin
Costner a virar analista da CIA. Após dez anos, Ryan descobre
algumas informações que levam a história para frente abruptamente,
e a partir daí, o analista vira agente secreto.
O grande problema do filme é que a história tropeça nos
próprios cadarços. O vilão russo interpretado por Kenneth Branagh
não chega a deixar muito claro se seu personagem é uma paródia aos
tipicos vilões russos de filmes de espionagem e nem chega a
convencer como vilão sério. E a seriedade perde o rumo totalmente
quando, ao final do filme, Kenneth Branagh decide por largar a
resolução final da trama após algumas trocas de socos e ponta-pés,
deixando Jack Ryan simplesmente sair de cena e a policia prende-lo. O
próprio plano do vilão interpretado por Branagh é muito simplista
e infantil quando o mesmo revela que pretende explodir grande parte
de Wall Street. Tal plano deixa o roteiro parecer preguiçoso e
amador equiparando-se à filmes B de espionagem.
O elenco todo parece perfeito com um pequeno ressalvo à Keira
Knightley. A personagem da atriz britanica é interessante, a mesma
participa ativamente do plano de Ryan e faz muito bem o papel de
namorada intrometida e mocinha da trama. O que é possível reparar
de negativamente em Keith, ou melhor, na própria Keira Knightley,
são tiques nervosos e trejeitos viciosos que a própria atriz parece
ter adquirido durante os anos de profissão e agora não consegue
mais abste-los. Repare nisso quando for assistir Orgulho e
Proconceito (2007).
Por fim, a conclusão que podemos tirar do longa é que apesar de
bem intencionado, não chega a ser mais que isso. Foi posto à prova
vários elementos famosos – desde computação escrachada à
elipses deslocados – e também várias referencias de filmes do
mesmo gênero. Chama atenção em algumas cenas de ação, mas não
consegue se conter em nenhum quando se trata de resolução e/ou
consequencia de cena – vide a parte já citada em que Ryan
simplesmente sai andando após dar uma porrada no vilão russo.
O filme deixa o gosto de uma possível continuação e é de se
esperar que ela venha mesmo, talvez agora com um roteiro mais maduro
e uma direção que não tente ser datar o filme com brigas
nacionalistas porque vamos combinar que isso é coisa dos anos 80 e
nem James Bond faz mais isso.
segunda-feira, 9 de junho de 2014
Jack Ryan: Shadow Recruit - Review
Posted on 6/09/2014 11:28:00 PM by Unknown
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário
Prezado, leitor, utilize esse espaço com o devido respeito ao próximo e à democracia. Comentários contendo ofensas ou qualquer outra coisa que possa ser considerada imprópria, serão removidos.
Obrigado e divirtam-se!